Minha História Musical

01 de Agosto de 1952.
Nasce nos Barris, meu pai!
Década de 50. Meu avô era médico, cientista, descobriu a cura do câncer mas morreu num acidente de carro indo pra sua fazenda de Cacau, em fase de experimento do remédio.
Era uma pessoa muito inteligente e tinha uma cabeça que estava 50 anos na frente das pessoas daquela época. Aos 36 anos casou-se com minha avó que tinha 16!
Sempre proporcionou a meu pai e seus 5 irmãos uma vida boa!
Meu pai era um curtidor da porra! Música era a sua vida! Hoje ele diz com orgulho: "Nunca usei tóxico!"
Cabelão, barba grande... só pensava em trabalho, Música e pôquer...
Trocou o pôquer por minha mãe!
Minha Formidável Família também é Musical!
Eric Vasconcelos, primo carnal de meu pai, é maestro, minha avó toca piano. Cândida, uma irmã de meu pai é formada e professora de Música. Ela venceu o festival brasileiro de Música de 69.

Quase todos mais de 30 filhos e netos tocam pelo menos violão! Eu toco violão, guitarra, baixo, bateria, percussão, o básico do teclado e 3 Músicas na gaita!
Não conheço nenhuma pessoa que afine o violão melhor do que meu pai... ele nem toca tão bem... mas o ouvido que ele tem é impressionante! Ele toca gaita também...
Voltando a década de 80... nasci em 81!
Meu pai cortou o cabelo, aparou a barba e se tornou um homem sério e bem sucedido!
Minha mãe conta que na lua de mel deles, meu pai gastou todo o dinheiro comprando discos de vinil... ele tinha uma coleção gigantesca!!
Cresci ouvindo Creedence Clearwater Revival, Beatles, Dire Straits, Led, Pink Floyd, Enya, Música clássica, rock dos anos 70, Michael Jackson, Madona, Sandro Béquer, Sergio Reis, Almir Sater, Luiz Gonzaga, tudo isso através de meu pai!! Hoje ele tem quase 2000 CDs, 300 Vídeo-Laser, uns 100 DVDs...
Voltando ao final dos anos 90, na adolescência, só ouvia punk, rock brasileiro, e shows de Axé no Espanhol e no Baiano de Tênis... garoto rebelde! Perdi o 1º ano em 1996 no Anchieta por causa de meu grande irmão, colega de sala, Patinho! Nesse ano só queria saber de aprender a tocar violão, paquerar as meninas de “de tarde”... Foi nesse ano que nasceu a SAIDOEI. Eu não queria mais estudar... só pensava em ser o baterista da Saidoei, a banda de rock que ia marcar a nova geração que acabara de ficar desfalcada por causa da morte de Renato Russo em 96.
A Saidoei tinha eu na bateria, Patinho na guitarra, Flávio no baixo e Parú no vocal.
Em 1997 ganhamos melhor banda do FAM - Festival de Música do Anchieta.
A mulher do S.O.E. chamou meu pai no colégio e pediu pra ele me impedir de ter banda! Que Filha da Puta!!!!!!!
Ensaiava escondido... e depois do ensaio, que eram aos sábados (Salomão) depois da prova, eu tinha que justificar o que estava fazendo... resultado, tinha que beber pra dizer que estava bebendo e que não estava ensaiando... imagine!!! A pansa agradece!
Em 1998 ganhei melhor baterista! Subi no palco e dediquei o premio a Ana Luisa (A Minha Amada...)
Meu pai me disse que assim que eu passasse no vestibular, que ele ia me dar uma bateria.
Passei!!!!!!!
Sabe o que ele disse????
- Rafa, agora que você entrou na faculdade, você vai desviar seu tempo pra batería, “negóço” de banda!?!?!? Até então nunca tinha tido incentivo familiar para ser músico...
Depois de 1 ano, consegui ter minha bateria!
Começamos a tentar profissionalizar! Tocamos em todos os bares do Rio Vermelho...
Chegamos a tocar até em formatura de ADM da Ruy Barbosa!
Gravamos um CD! Esse foi um grande sonho realizado na minha vida... quando era pequeno sempre sonhei em ter uma banda e gravar um disco!
“Por Um Decibel”, tinha 10 Músicas. Foram vendidas 100% da sua produção... 200 cópias!
Depois nos metemos com produtores fulêros duas vezes.
Já mais experientes, pegamos três Músicas do CD e re-gravamos num studio melhor e ficou de fuder! Detalhe, a gravação foi paga por meu pai! Quem diria??? Até hoje ele me fala que é pra eu levar um CD com as três musicas que gravamos e entregar pra Jota Quest, pra eles gravarem! Ele ama as Músicas!!!
Os dias em que gravamos foram de fuder. Viramos noite, ficamos com fome pedimos comida, gravando e editando... Gravar é de fuder! Eu amor tocar, gravar, compor. Quando cada Música que faço fica pronta, passo dias tocando e ouvindo... é muito bom fazer Música... e a sensação de ouvir a sua musica é também indescritível!
Hoje tenho a tecnologia ao meu favor e gravo minhas Músicas aqui no computador... com alguns batuques na mesa, tocando meu violão Gibson, (que saudade! Ele está na Espanha em cima da cama do quarto de hóspedes).
Geralmente a galera não gosta das musicas não... a qualidade da gravação é péssima. Eu não sou um grande tocador... nunca tomei aula de violão... Alias, nunca tomei aula de nenhum instrumento... foi tudo na manha! Acho que isso me aproxima mais da Música.
Mas não importa que ninguém ouça... só eu sinto a sensação constante de quando ouço minhas Músicas... e que pela eternidade seja assim...